sexta-feira, outubro 24, 2008

Zé Carlos e Morangos

Segundo o JN , o sketch dos Gato Fedorento sobre o famoso computador Magalhães, no passado domingo, originou o record de reclamações à Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Eu, que também me considero algo conservador, considero que a sátira feita não foi contra os valores religiosos católicos mas sim contra a "colocação ao nível quase do sagrado" de um objecto material, como se ele fosse a salvação de todos os problemas, no caso, do ensino das crianças.

Ora, o ensino, não só o das crianças do 1º ciclo mas dos outros ciclos também, necessita urgentemente de "ser salvo porque está em risco grave de vida". Como dizia um Encarregado de educação há uns dias: "dão-se computadores às crianças mas não livros!".

De qualquer modo, as reclamações aos programas de televisão não se ficam pelo "Zé Carlos" e os "Morangos com Açúcar" também acumulam algumas.

No meu entender, o primeiro tem um propósito crítico e aborda com acutilância alguns problemas do nosso país, sendo por isso formativo. Quanto ao segundo programa já não posso afirmar o mesmo. Dos poucos excertos que vejo, a formação que dão aos adolescentes e jovens é, ao nível dos relacionamento, do sexo fácil e, ao nível escolar, de uma atitude de desrespeito total pela aprendizagem, onde a actividade principal das aulas é enviar sms.

Ora, eu preferia que os meus alunos dessem mais atenção às críticas proferidas no "Zé Carlos" do que à contra-formação disponibilizada diáriamente pelos "Morangos". Mas infelizmente não é à toa que se chama à geração de adolescentes e jovens de hoje: "Geração dos Morangos"!
Quem lida diariamente com alunos em escolas básicas, sabe do que estou a falar.

Quem concorda, junte-se à manifestação dos professores no dia 15 de Novembro (ou 8) em Lisboa!

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