O blogue Canto do Jo disse o seguinte: "O último sopro apaga os mecanismos orgânicos do corpo e faz desfolhar a primeira página do segundo capítulo da existência."
Isto fez-me lembrar uma recente situação que vivi na minha Igreja. Uma irmã nossa faleceu durante a semana e no sábado realizou-se uma cerimónia fúnebre, que por sinal foi bastante participada e repleta de emoção dados os lindos testemunhos contados referentes à vida desta irmã. Até aqui tudo perfeito.
Entretanto os jovens tinham preparado para essa tarde um "Festival de Dons e Talentos" que nada mais era do que um culto de louvor a Deus por todas as capacidade que d'Ele temos recebido.
A cerimónia fúnebre antecedeu este festival e portanto tudo se realizou para glória de Deus.
No entanto, segundo a opinião de alguns irmãos devia ter-se cancelado o referido Festival em função do luto e respeito que a Igreja devia prestar e de outras razões invocadas.
Eu tenho a minha posição mas gostaria de saber a sua.
Os dois momentos são incompatíveis?
4 comentários:
São sempre situações sensiveis.
As duas situações em si são compatíveis.
Agora o estado das pessoas é que pode variar.
Sabemos que há tempo para todo o propósito. E há tempo de chorar e tempo de se alegrar.
Sabemos que a morte de um dos santos de Deus é razão de alegria para Deus, mas a tristeza que nos causa a nós, enquanto aqui na terra, nem sempre nos leva de imediato a celebrar.
A saudade e a ausencia deixa-nos tristes.
Por vezes é dificil de conciliar ambas as situações.
A Palavra de Deus no entanto orienta-nos para que não escandalizemos os irmãos.
E se alguns não sentem o desejo de participar em eventos mais celebrativos, após um funeral, temos de o respeitar.
Cancelar um evento assim, terá de depender da sensibilidade de cada um.
Boa questão Vitor!
DTA
Penso que os dois momentos não sendo incompatíveis terão certamente o seu lugar apropriado.
Um funeral de um cristão não deve ser caracterizado pelo desespero. "Partir e estar com Cristo, é ainda muito melhor".
Mas lemos que Jesus chorou num funeral de um amigo, talvez pela falta de fé dos seus amigos vivos também, mas Jesus sempre foi autêntico e genuino nas suas emoções humanas.
Fazer festas, danças ou desfiles de dons não me parece muito adequado num funeral, mas sei que no vosso caso foram em circunstâncias e momentos diferentes. Portanto admissíveis.
Quando morreu o meu pai não me apetecia saltar de alegria, mesmo sabendo que ele estava com O Senhor. Sei também que quem perde alguém que ama e passa por estas coisas de uma maneira mais próxima, vai senti-las de uma forma mais intensa.
Como a Vilma muito bem referiu há tempo para tudo.
Abraços apertados.
Vitor,
Parece que os anteriores comentadores não têm dúvidas sobre a compatibilidade dos eventos, contudo penso que já era sabido que existiriam sempre as pessoas que, pelo luto, teriam uma posição diferente.
Agora também não posso deixar de considerar que o povo de Israel pranteou a morte de Moisés durante 30 dias e não me parece que Deus tenha reprovado tal acto. Assim sendo, e porque o luto faz parte da natureza humana, e Deus o sabe muito bem, tenho uma posição diferente das anteriores, por isso afirmo que, na minha óptica, são incompatíveis.
Um abraço.
Adilson, as opiniões não foram contra o luto. Nem eu sou de modo nenhum contra o luto. Como poderia ser?
No entanto o luto é incompatível com um culto de domingo de manhã? É incompatível com o trabalho secular? É incompatível com as refeições diárias?
Creio que ninguém deixa de fazê-las por causa do luto. Porque então deixar de prestar louvor a Deus?
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