terça-feira, março 04, 2008

Prós e Contras com alto desempenho

O debate "Prós e Contras" de ontem sobre o estado da educação envolvendo elementos "neutros" excedeu em muito o debate anterior envolvendo as partes directamente relacionados com o problema: O ministério da Educação e a classe docente do ensino básico e secundário.

Neste debate discutiu-se para além da "avaliação do desempenho". Discutiu-se Educação.
O Dr. João Lobo Antunes referiu, por exemlo, uma grande verdade: " A Escola fácil não prepara para a vida difícil." E talvez esteja nesta verdade o âmago do problema.

Nem para a Escola e muito menos para os professores se afiguram dias fáceis. No entanto, não é uma Escola fácil que desejamos e sim uma Escola que providencie uma educação transformadora ao nível dos conhecimentos, das atitudes e dos valores.

Conforme constato pessoalmente, a educação está transformada numa batalha por resultados rápidos para "inglês ver", desprovida de prazer pelo processo educativo, repleta de experimentações legislativas não testadas e descabidas da realidade, através de uma imposição autoritária e asfixiante.

Esta minha posição e de milhares de outros professores começa a ser ouvida. Daí que tenha ficado bem patente a necessidade de haver uma avaliação, para bem da educação mas não nos moldes nem da forma como tem sido apresentada.
Uma reforma só se faz com consensos e "imposição com sangue dificilmente terá resultados!", disse um outro convidado.

Apesar das perspectivas optimistas acerca do futuro da educação, não prevejo um futuro de sucesso verdadeiro, tanto para os professores mas em especial para os alunos, se se continuar a enveredar por uma politica educativa sem educação. Não é este o exemplo que devemos ter "vindo de cima". Pelo contrário, a própria ministra e seus secretários de estado deveriam dar o exemplo e aceitar a avaliação que os "seus pares" também deles estão a fazer. Não se trata de falta de coragem politica mas sim, capacidade de reconhecer quando é o momento de "dar um passo atrás" para poder dar dois para a frente.
Caso contrário, não há reformas, por mais duras que sejam, a surtirem efeito!

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