Em Março deste ano tinha escrito:
"Conforme constato pessoalmente, a educação está transformada numa batalha por resultados rápidos para "inglês ver", desprovida de prazer pelo processo educativo, repleta de experimentações legislativas não testadas e descabidas da realidade, através de uma imposição autoritária e asfixiante."
Oito meses passados, esta afirmação continua cada vez mais actual.
- A melhoria "impressionante" dos resultados dos exames nacionais já foram classificados como um autêntico milagre. Mas era isso que se queria: mostrar resultados. Não importa se não são reais.
- O novo estatuto do aluno, no que diz respeito às medidas disciplinares e ao novo regime de faltas, não faz sentido, é complicadíssimo e não produz efeitos positivos notórios. Parece que a única intenção é tornar a vida dos professores, e em especial dos que são Directores de Turma, uma autêntica burocracia sem sentido.
- Quanto ao processo de avaliação dos professores, está a decorrer, pelo menos na minha Escola. Sim, temos de cumprir a legislação, tal como diz José Gil, de forma domesticada. É isso que os nossos líderes ministeriais pretendem. No entanto, mesmo que se faça, será sempre uma avaliação desprovida de "alma".
- Não há vida, alegria e motivação no ensino actual por parte da grande maioria dos professores. Até os próprios alunos estão a perceber que o ensino não atravessa um bom período. Contestam um regime rígido mas por outro lado sabem que a aprendizagem está pouco exigente e por isso não há o empenho adequado nem o respeito mínimo em grande parte dos alunos.
Será que podemos fazer algo para mudar esta situação?
Yes, We Can!
Podemos continuar a desempenhar a nossa função da melhor maneira que soubermos e conseguirmos, apesar das circunstâncias adversas. Mas acho que também devemos continuar a denunciar de todas as maneiras possíveis e imaginárias o verdadeiro estado da educação em Portugal. Uma dessas maneiras é a manifestação pública!
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