A classe docente foi convocada para fazer greve. Pela primeira vez, penso na real possibilidade de seguir este apelo. Concordo que há mudanças drásticas a fazer no ensino público nacional mas as que estão a ser tomadas no ensino básico, no meu entender, revelam alguma falta de conhecimento da realidade escolar e alguma falta de bom senso e sabedoria na sua aplicação, as quais apenas estão a contribuir para desmotivar ainda mais os professores.
É interessante notarmos que o apóstolo Paulo, preso algumas vezes devido ao domínio político de Roma, tenha escrito a Timóteo para que se orasse e suplicasse pelas pessoas investidas de autoridade e a Tito exortou para que os seus leitores fossem submissos aos governos e autoridades (ver I Tim.2:1,2; Tito 3:1,2).
Hoje decidi orar pela Ministra da Educação e pelos seus Secretários de Estado. Acho que precisam muito de sabedoria para tomarem as medidas adequadas e, como cristão, devo fazê-lo. Mas quanto às atitudes tomadas até aqui, devo submeter-me e obedecer sem qualquer contestação ou será que como cristão também posso e devo fazer greve de modo a alertar para o que está mal?
8 comentários:
A greve na minha opinião não viola a submissão ao governo porque é um direito (legal) de todos os trabalhadores.
Abraço
Sim Jorge, eu também concordo com esse direito mas infelizmente nos dias actuais isso banalizou-se.
Vitor: a minha mãe (Mina) agradeceu os teus parabéns!!! Ela tem saudades desses tempos! ;))
Pois, nós também temos saudades dela. Diz-lhe para nos ir visitar num dia de um Fórum (o próximo é no dia 25 de Novembro).
Acho que como cidadãos devemos usar os mecanismos legais que temos ao nosso dispor para defendermos a nossa posição.
Dificil... dificil... A greve é um direito consagrado pela constituição, mas é tambem de alguma forma uma afronta à autoridade... Pessoalmente (e generalizando) penso que um crente só deveria fazer greve em questões muito graves...
Boa atitude essa de: Oremos!
João, 8:3 a 8:11
Caro Vítor, este é um dos episódios da vida de Cristo mais próximos do meu coração em múltiplos sentidos. Vou invocar um deles para te dar uma hipótese de resposta:
A lei era clara, dura ou não (para aqueles tempos, claro está!), era a lei.
Jesus não a nega nem a contesta, mas também não se lhe submete.
E o mais verdadeiramente espantoso neste episódio é que nem sequer os escribas e os fariseus se lhe submetem, porque se vão embora e deixam a mulher adúltera com Jesus (revelando, aliás, uma admirável honestidade - acho que hoje em dia quanto mais pecados tivessem, mais pedras e com mais força atiravam!)
E Jesus acaba por apoiar claramente a desobediência à lei ao mandar a mulher em paz.
Onde eu quero chegar é que Cristo ensina que a obediência ou a submissão a qualquer lei ou autoridade não são as únicas alternativas: há modos legais e pacíficos de mostrar o nosso profundo desacordo e revolta. Temos a sorte de viver numa época em que eles existem, sendo a greve um deles.
Ter-te-ei ajudado, Vítor?
Sim Rui, também me ajudaste a concluir aquela que deve ser a nossa atitude: sempre que temos oportunidade, comunicar a nossa opinião no sentido da justiça e sempre com respeito e sabedoria. Jesus foi realmente um exemplo dessa atitude. Talvez eu deva acrescentar uma nova opção: Oração e pró-actividade!
Um abraço.V.
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