segunda-feira, outubro 17, 2005

Queixas e Julgamentos - até onde chegar?

"Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juíz está à porta." - Tiago 5:9

Acho que este, e os outros versos que transmitem a mesma ideia (Tg.4:11,12; Mat.7:11), são para mim dos versos mais difíceis de entender e aplicar correctamente. Em situações práticas, por exemplo, relacionadas com a falta de zelo ou desleixe, faço sempre as perguntas: Até onde posso chegar? O que devo fazer? Qual é o meu papel no meio destas situações, que considero erradas: ignorar (não me queixar, não julgar) ou enfrentar (também o julgamento dos outros e do Juíz)?

Eu tenho uma opinião mas será que querem partilhar as vossas ideias e práticas?

11 comentários:

Jorge Oliveira disse...

Confesso que tnho alguma dificuldade em deixar os julgamentos.
Hoje no Pão Diário vem um bom artigo.

http://www.rbc.org/pd/2005/10/page18.html

Paula disse...

Não é fácil dar uma só resposta... Uma coisa é certa: não devemos julgar, mas é tendÊncia natural. Daí, devemos submeter-nos a Deus, para que a nossa mente seja a de Cristo, e aí sim é possível não julgar.

Vitor Mota disse...

Obrigado pelas vossas respostas. Dois aspectos para pensar:
1. Ter a "mente de Cristo" significa também ter a capacidade de não julgar? E o que Ele fez com os vendedores no templo?
2. Será que há uma diferença, nos significados, entre julgar e analisar as situações que estão mal?

Vitor Mota disse...

Quanto ao artigo do "Pão Diário", esclarece que realmente temos a responsabilidade de alertar os irmãos quando os vimos pecar, sem superioridade e reconhecendo as nossas faltas também mas depois diz que devemos fazê-lo sem julgar. Aqui está o cerne da questão: conhecer o significado de julgar!

ps. obrigado por me dar a conhecer o "Pão diário" digital

Anónimo disse...

Uma tentação que enfretamos quando começamos a conhecer as Escrituras é a vaidade, nos tornarmos Doutores da Lei. Apontando com o dedo a falha dos outros, quando muitas vezes possuímos a mesma falha. Devemos sim alertar responsavelmente as pessoas sobre o pecado, como bem explicou o "Pão diário".
[]'s

PDivulg disse...

Também sinto essa dificuldade, ser ponderado é uma exigência mas não implica ser "palerma"... Se algo estiver errado aos nossos olhos devemos expressar a nossa opinião, mas de forma a não "agredir" o outro... Viver nesta dualidade é um desafio Cristão

Vitor Mota disse...

Lançando mais um aspecto para a discussão... Paulo, na sua 1ª carta aos Coríntios e no contexto dos litígios entre irmãos, pergunta: "Ou não sabeis que os santos hão-de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois por acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?"

Anónimo disse...

O termo "queixeis" (Gr. Stenazo) tem que ver com colocar as nossas cargas sem razão em cima dos irmãos; O termo "julgar" (Gr. Katakrino) tem a ver com condenação publica, ou por outra: tornar evidente a falha de alguem e esta situação aparece nas escrituras em situações muito especiais (julgar o desvio doutrinário, as profecias, o mundo em pecado e os anjos caídos) o normal procedimento entre cristãos e irmãos deve ser o de Mateus 18:15 a 17

Anónimo disse...

Infelizmente às vezes como disse a Paula esquecemo-nos que a tarefa de julgar é atribuida a Deus (I Cor 4:5) q conhece os corações! Deus nos ajude

Vitor Mota disse...

Ego ipse, obrigado pelas palavras.
Quanto ao significado da palavra "Stenazo" no grego, acho que está mais relacionada com o termo murmurar ou seja com "um sentimento interior não expresso" (Rienecker). Quanto ao termo "Katakrino", concordo com o que disse e que para resolver discórdias entre irmãos devemos aplicar Mateus 18.
Mas o que pergunto é: Será errado, será julgar, discordar das práticas/atitudes de falta de zelo e sabedoria de alguém, mesmo dentro da Igreja, quando o dizemos frontalmente, com amor e respeito e para o benefício do Reino de Deus?

Anónimo disse...

Quando o dizemos frontalmente COM AMOR e aplicando o principio de Mateus 18, não creio q esteja errado, talvez o errado até seja que conhecendo o mal nada fizemos para ajudar/alertar nosso irmão (como Paulo alertou os corintios acerca de 1 caso grave, vd ICor 5:1 a 8)